segunda-feira, 1 de agosto de 2011

No meio, existiu o fim.

Se o começo se fez por ti, pensava que por direito o fim era meu. Paramos no meio, nosso café esfriou. No reflexo não me era mais, apenas a falta de você - Vestida impecavelmente por meus olhos fundos e transparentes, que ousavam procurar em qualquer estranho um traço teu.
Não achei tu, não me reencontrei. Em muitas mesas afundei meu rosto, na esperança de que minha falta de ar a fizesse voltar, distribui minha vida aos pouquinhos, vendi barato pequenas doses de ilusão, mas no fim da noite, nossa cama continuou vazia, cheia de solidão.
Seu batom caqui em minha garganta, nosso cheiro que nunca saiu de lá. Paredes que me prendiam nesse lugar que só existiu por nós dois, lembranças das vezes em que fomos um só.
Descobri mais tarde, que até do teu gosto passei a gostar, me acostumei com tuas unhas ruídas, com teu perfume forte de maçã.
No meu alfabeto falta agora uma letra, a primeira e mais importante, que fugiu pra longe antes mesmo que eu aprendesse a escrever, a lhe descrever. Nunca aprendi. Talvez se tivesse, tu teria voltado, talvez estivesse tudo no mesmo lugar.
No fim, o fim foi meu, meu fim, falta de ti, ausência de nós.

-Sinto falta

- Eu presença

- Presença?

- Presença de tu que não ficou

- Ficou uma parte

- Minha parte

- Tua parte, faz com ela o que quiseres.

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