domingo, 24 de julho de 2011

A escuridão mórbida que tomava conta de todo o recinto já não mais fazia meus ossos rangerem, afinal, quando toda sua vida se resume em vazio, de pouco importa não enxergar nada. Era o que todos diziam, eu não enxergava a muito tempo o que estava diante de meus olhos e proximo aos meus lábios, tão próximo que poderia até sentir sua respiração. Era bom; quente. Mas não era amor, eu nunca deixei que fosse. O estranho é que de algum modo algo gritava desesperadamente pra que eu não a deixasse escorrer, pra que não a fizesse sangrar. Talvez visse um “eu” jovem em seu espelho - Um “eu” destinado a lamentar por quem procurava qualquer alguem pra se redimir dos erros do passado, pra tentar deixar pra trás a dura sensação de não ter sido o suficiente.
O duro é ver que em outra posição, tu não se dá conta de seus próprios atos, não vê que o que faz agora foi o que te machucou ontem, e que de mocinho á anti-herói existe apenas o tempo. Tempo que te leva, tempo que te traz de volta, mas tempo que não serve pra curar, apenas pra trancar em si mesmo algo do qual se envergonha por jamais ter conseguido apagar. Trancando junto todo seu calor, seu medo do escuro. - Não há nada lá que me dê mais medo do que vejo no reflexo hoje - Algo sem graça, sem cor. Sem ar, sem a. Sem a.

Nenhum comentário:

Postar um comentário