O lugar até podia ser ideal, mas estava longe de ser o idealizado. Outro parque, outros tempos, outro janeiro, talvez de um ano diferente, talvez de um dia igual.
As mãos que tremiam – De certo não de frio – Se viram obrigadas a saírem dos bolsos, cada qual com um elemento de seu vício, cada qual carregada de indecisão.
Então eram os três últimos cigarros, mas eu sempre tinha alguns espalhados pela casa – Que agora estava longe demais pra pensar.
- Você quer um?
- Eu parei de fumar
- É mesmo? Faz quanto tempo?
- Hum... Exatamente duas horas, eu to tentando.
- Você tenta demais
- Você nunca consegue
- Por isso não tento
- Pois deveria
- Tenho vícios mais graves
- Comece por eles
- Estou tentando
- Há quanto tempo?
- Dês da ultima vez que levantei meu rosto e almejei seus olhos.
...
- Me dá um cigarro
- Você parou
- Eu tenho vícios mais graves.
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