segunda-feira, 2 de maio de 2011

O lugar até podia ser ideal, mas estava longe de ser o idealizado. Outro parque, outros tempos, outro janeiro, talvez de um ano diferente, talvez de um dia igual.
As mãos que tremiam – De certo não de frio – Se viram obrigadas a saírem dos bolsos, cada qual com um elemento de seu vício, cada qual carregada de indecisão.
Então eram os três últimos cigarros, mas eu sempre tinha alguns espalhados pela casa – Que agora estava longe demais pra pensar.

- Você quer um?

- Eu parei de fumar

- É mesmo? Faz quanto tempo?

- Hum... Exatamente duas horas, eu to tentando.

- Você tenta demais

- Você nunca consegue

- Por isso não tento

- Pois deveria

- Tenho vícios mais graves

- Comece por eles

- Estou tentando

- Há quanto tempo?

- Dês da ultima vez que levantei meu rosto e almejei seus olhos.

... 

- Me dá um cigarro

- Você parou

- Eu tenho vícios mais graves.

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